Ela estava lá, sentada, no meio de um circulo de pessoas. Cabelos grisalhos e rosto expressivo, mas olhos tristes.
Cheguei perto e perguntei o motivo desta tristeza. –“ Não sei. Estou um pouco depressiva!” . Percebi que mexia na mão esquerda procurando algo que não existia. . Havia uma marca de aliança. Então, com os olhos lacrimejando me disse –“ cada vez que olho para este dedo nu me lembro do meu querido marido , do anel e da aliança que sumiram e cujo valor sentimental é imensurável”.
E começou a me contar. Naquele dia se sentiu mal e o filho a levou ao hospital. Antes de ser atendida desmaiou. Imediatamente tiraram-lhe os anéis e os brincos, praxe do hospital. O filho colocou tudo no bolso e este assunto ficou esquecido. Ela melhorou, teve alta e voltou para casa.
Dias depois, ao voltar de um compromisso de moto o filho foi assaltado. Os bandidos, armados, levaram tudo que ele tinha inclusive nos bolsos, mas não levaram a moto e não o machucaram.
No bolso estavam a aliança e o anel. Então ela pegou na minha mão, olhou para mim sorrindo e disse quase mumurrando:
–“ Vão-se os anéis e ficam os dedos, mas o meu filho está vivo, com saúde e é isto que conta.”