O mundo se tornou um grande hospital psiquiátrico onde os loucos passeiam em liberdade. Cada país elege o seu chefe, o Rei dos Loucos. Para evitar que o rei dos loucos fique entediado ele recebe brinquedos; soldadinhos, caminhões, tanques e canhões. Então os Reis dos Loucos do mundo inteiro fazem comparação de seus brinquedos. –“ Você viu só o meu submarino?”. –“E você, já viu o alcance do meu tanque?” Todas as noites eles brincam até tarde; criam a bomba. Empurram seus soldadinhos que desaparecem sob os estilhaços de armas e quando não há mais nenhum, são substituídos por outros. Assim, os reis dos loucos trocam de brinquedos -: “Te empresto meu petróleo !” -“ Fechado, mas você me dá a tua bomba de nêutron!” -“Tudo bem, me dá teu urânio e te darei meus caminhões cheios de soldadinhos!”.
Mas, existem também reis que não tem nada para trocar. Não possuem brinquedos e mal tem o que comer. Apenas tem direito a um pequeno lanche a tarde e que deve ser dividido em três partes. É a vida do terceiro mundo. E os reis dos loucos do mundo inteiro querem se divertir e jogam sementinhas de partículas atômicas sobre este pobre reino.
De vez em quando chega, um médico que quer tratar os loucos. É chamado de “Premio Nobel da Paz”. Ele recebe uma medalha que é colocada na lapela, no lugar do coração e cujo brilho intenso pode servir de mira para eliminá-lo.
E a vida continua!
Os reis dos loucos do mundo inteiro são cercados por débeis que eles escolhem. O primeiro débil, o débil das finanças, o débil dos exércitos e a isto dá-se o nome de “um governo”. Assim, no mundo inteiro os débeis dão conselhos aos reis dos loucos para governar os idiotas. E os idiotas somos nós, sempre! Mas se todos os idiotas do mundo quisessem se dar as mãos, os reis dos loucos seriam obrigados a quebrar seus brinquedos, seus tanques, seus canhões e finalmente poderíamos passear em paz nos jardins da terra que são tão lindos quando não há guerra.