Na rua observo as pessoas que me rodeiam, vejo as expressões, os sorrisos e as decepções que marcam estes rostos. Não sei o que pensar, fico um pouco confuso ou talvez amedrontado, pois de repente consigo ler e entender cada olhar destes seres humanos. Estou assustado comigo!
Hoje, no metrô, entrou uma senhora segurando uma criança no colo e outra na mão, pedindo “um trocado”. Sua aparência traduzia claramente o seu estado de mendicidade.
Duas senhoras sentadas no banco para idosos, discutiam sobre a facilidade de procriação de semelhantes indivíduos.
Eu, do lado, só estava ouvindo. “..Só sabem fazer filhos, educar nem pensar..” “.. e ainda pode ser que estes nem sejam filhos dela, talvez emprestados para mendigar…” Não pude ouvir mais.
Desci na próxima estação.
Entro no taxi. O motorista começa um monologo. Sou obrigado a ouvir que o aluguel de um carro de praça é de R$ 5.000,00. Que não dá para pagar, que tem que sustentar a família, que não consegue ganhar 200 reais por dia, que a vida está difícil, que isto e que aquilo.. Eu não respondo, não comento. Ele está tão preocupado que não o vê farol ficar vermelho e quase bate o carro. Eu fico assustado mas permaneço em silêncio. Ainda faltam 7 minutos para chegar ao meu destino . Melhor deixar…
Finalmente cheguei! Desço do taxi feliz por estar inteiro. O portão do prédio se abre e estou a salvo deste mundo cruel! Entro no elevador. Terceiro andar. É o meu. Chave na fechadura, a porta se abre e ingresso no sagrado terreno, o meu ‘cantinho do céu’.
Marie Claire, bonne nuit! Que alegria ler suas produções literárias! Parabéns! Ser seu leitor me alimenta a alma! Acabei de divulgar seu link do Palavreando para os alunos da Faculdade . Um grande Abraço! Sucesso!
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